quinta-feira, dezembro 09, 2004

DISNEY E A CRISE FAMILIAR

Comecemos com a Problemática do Dia:
POR QUE O MUNDO DE WALT DISNEY NÃO TEM PAIS?

Veja só:
- Huguinho, Zezinho e Luizinho são SOBRINHOS de Donald, que por sua vez é SOBRINHO do Tio Patinhas, PRIMO de Gastão e NAMORADO de Margarida.
- Em um outro núcleo, Chiquinho e Francisquinho são SOBRINHOS de Mickey, que é NAMORADO de Minnie.
- O Pateta é um solteirão, sem vínculos familiares aparentes, assim como o Professor Pardal.

Cogitei fazer também uma referência ao desenho Peter Pan, de 1934, o que talvez seria um grande exemplo disso. Mas, uma vez que se trata de uma adaptação de um clássico de James Barrie, resolvi omití-la por não conter o caráter autoral dos demais exemplos

Veja como, ao estruturar famílias dentro de no máximo três gerações, Disney também abstrai das duas primeiras a relação fraternal entre os personagens, pois assim seria fácil induzir a uma relação paternal/maternal com a geração posterior.

Percebe-se também que os próprios vínculos afetivos entre os dois sexos sempre se dão na forma de relacionamentos não-formais. Talvez a explicação pra isso seja que naquela época a influência de padrões da estrutura familiar era de tal modo que a própria intenção do casamento pressupunha a formação de uma familia da qual o casamento seria a base, estando incutidas aí as relações paternas e maternas.


Agora veja:
Walter Elias Disney (a.k.a. Walt Disney), filho de Elias e Flora Disney, nasceu em 5 de dezembro de 1901, em Chicago, Illinois.

Foi o quarto filho de uma rígida família patriarcal do início do século XX, e até sua adolescência sofria severos castigos físicos e psicológicos de seu pai. Numa ocasião em especial, quando morava em uma fazenda, Walter pegou um pouco de piche do armário de seu pai e pôs-se a fazer desenhos. Levou uma surra, da qual ele mesmo afirmou nunca ter esquecido. Seu único vínculo de amizade no âmbito familiar era sua Tia Margaret, que, por sua vez, foi também quem lhe deu o primeiro conjunto de lápis-de-cor e papéis para desenho.

No fim dos anos 30 e início dos 40, Walt Disney atuou como informante do FBI sobre a proliferação de idéias "subversivas" dentro de seus estúdios, ao mesmo tempo em que atuou como "embaixador" do American Way of Life em viagem pela América Latina. Em troca destes serviços, requisitou uma minuciosa investigação sobre sua família, pois afirmava ter quase certeza de que havia sido ADOTADO.


Isso é que eu chamo de "fuga pela arte".

1 Comments:

Blogger Fábio François Fonseca said...

pode crer, um belo de um biruta diplomado esse walt dizney.

9 de dezembro de 2004 às 21:37  

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